terça-feira, 22 de maio de 2012

fast-food do conhecimento

Hoje os alunos do 3o. ano do médio utilizaram-se do nosso sistema de votação instantanea ( conhecido internamente como ovinhos, pelo formato do votador) numa atividade de história, em que discutiam logotipos e o grau de abstração deles, o quanto reconhecemos algumas marcas, e o quanto marcas antigas mais ainda presentes já não dizem mais nada. Funcionou bem, agilizou o seminário deles, mobilizou a atenção dos colegas. Ontem, o caderno NYT da Folha traz uma matéria sobre o Aparelho que substitui o "levante a mão", conhecido pelos amercianos de clickers. O mesmo sistema, que segundo alguns permite que todos possam contribuir nas discussões e expressar sua opinião, mesmo que anonimamente. Falam até que trata-se de uam tecnologia que dá voz as multidões. Realmente, em alguns momentos, estar envolvido sem conflitos (mediante o anonimato) num debate coletivo, numa avaliação simulada pode ser muito mobilizante. Funciona muito bem para aquecer um debate, exigindo, permitindo, melhor dito, que todos opinem. Imagine dar uma palestra para 120 pessoas e ouvi-las inicialmente sobre suas expectativas. Possível a partir desta tecnologia. Imagine preparar 40 alunos para uma prova, fazendo com que eles se testem efetivamente e recebam feed-back instantaneo e ainda percebam como está o (in)consciente coletivo em relação a estas questões. Possível assim também, mas há algo me incomoda. Vou encadear esta discussão com outra. A Epoca traz matéria da TED, fenoimeno de comunicação, onde grandes genios e lideres preparam suas palestras em 18 minutos para ministrarem no palco principal desta organização ( cuja sigla significa tecnologia, entretenimento e design) em San Francisco. Alguns estão a chamando de a Harvard do futuro, pela mescla de geniais apresentações, rápidas e acessíveis a todos pela web. Percebem como os 2 conceitos se aproximam. Estamos buscando esta rapidez extrema, uma performance em que um professor será capaz de produzir um extrato prático de sua análise e submeter o aluno a uma avaliação prática para sua aprendizagem, disponível a qualquer preço, em qualquer lugar, a toda hora. Um fast-food de conhecimento. Não sei se compreendem bem, mas acho que vamos endeusando falsos ídolos. Nosso caminho não é a pasteurização, a industrialização do ensino, muito pelo contrário.

Posted via email from Professor Conectado

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