Bom, hoje o professor de ciências da 7a. série voltou a utilizar o Spore num projeto sobre evolução. Ele apresenta o game para os alunos (30% deles já conhecem e talvez uns 10% já tenham em casa), no modo criação, e sugere que eles criem uma criatura, usando todos os recursos disponíveis. Baseados na hipótese criacionista de evolução, eles não se preocupam com habitat, limitações alimentares, inimigos, enfim, dão uma de Deus. Em seguida, eles devem fotografar a criatura em vários angulos e no power point indicar o porque escolheram as características apresentadas ( patas fortes para saltar, boca grande e carnívora para alimentar-se bem, ...). Na semana seguinte, eles voltam a criatura e agora, cada grupo recebe um habitat específico e deve avaliar se sua criatura se daria bem neste habitat. Caso contrário, são então levados a adaptar a criatura para poder sobreviver bem neste ambiente. Novamente, eles fotografam e filmam a criatura agora adaptada para produzir as justificativas necessárias. Em 120 minutos bem trabalhados este professor mergulha seus alunos num exercício vivo de evolução em suas diferentes hipóteses, ganhando uma concretude conceitual que nem 30 palestras magnas ou filmes espetaculares poderiam produzir. uma experiência cognitiva única, produzida por um game de mercado, feito para amantes dos jogos de estratégia, com base no trabalho de biólogos e cientistas notáveis. Ah, que vontade de ter muitos destes jogos a disposição. Talvez o único que rivalize com este, mas é muitíssimo mais sofisticado para jogar-se seja o Civilization. Ontem na Época, falou-se sobre o mercado dos games e as enormes perspectivas, enfatizando que pela primeira vez um game ( Call of Duty) faturou mais em 2011 que os mais vendidos filmes e shows. Que pena que por detrás de uma game como o Spore esteja uma equipe técnica tão especial, que custa significativamente muito e não tem a produtividade e o impacto mercadológico que um jogo de guerra apresenta. Que pena que não se venda tanto Spore quanto o Call of Duty. Que pena que não possamos juntar todo o esforço de um MEC para conseguirmos manter uma equipe de alto nível produzindo conteúdo rico e que de fato faça diferença para nossas crianças....
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