Li uma matéria ontem na Folha descrevendo que o projeto da comprta dos tablets virá sem o devido planejamento pedagógico. Natural, uma coisa muito mais complexa e que gera poucos dividendos políticos fazer planejamento é algo invisível, intangível. Por isto andamos mal neste país. Uma análise de um livre-docente da Unicamp, que acompanha a matéria, tambem me chama atenção pela enfase na chamada capacitação dos professores, elemento central da tese do coordenador do laboratório de novas tecnologias aplicadas a educação, que escreve a matéria. Queria discutir um pouco este conceito de capacitação. Em primeiro lugar ,o professor esquece de citar a responsabilidade das faculdades de educação, a sua própria envolvida, na formação de um novo professor. Corrigir depois de estar em serviço custa muitíssimo mais caro do que educá-los dentr de uma cultura digital. Pergunto se aqueles que formam futuros professores tem esta cultura desenvolvida para tanto. Em seguida, relembro dos anos de trabalho em escolas treinando professores e a pouca eficácia da maioria destas iniciativas, que sossobram na acomodação de uma prática estável, bem resolvida, pragmática dentro de sala. Todos os avanços que obtive no aprimoramento da reflexão e da própria cultura digital de professores se deram quando lançados diretamente no desafio, just-in-time. Assim, imagino que comprar os tablets sem a capacitação não serão tão fatal assim. Envolver inicialmente os gestores ( diretores, coordenadores, orientadores) numa discussão que produza uma metodologia mínima para iniciar o projeto poderia ser suficiente. Diante da realidade do aluno conectado, alguns combinados básicos depois, a imaginação dos meninos vai transformar a prática do professor como num passe de mágica, sem transformações radicais, sem mexer nos "paradigmas", sem horas e horas de insanos treinamentos. Uma nova relação entre aluno e conhecimento se estabalece e produz efeitos extraordinários em toda a cadeia. Aposto nisto!
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