quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

900.000 tablets - o que isto significa...

Montei um workshop num colégio para investigarmos as possibilidades da adoção dos tablets na educação infantil e primeiras séries do fundamental 1. Tablets a serem comprados pelo colégio, que entrariam na sala de aula quando pedidos pelo professor. Faço essa ressalva para evitar que se imagine que pequenos da educação infantil portarão seus próprios tablets. Aprendi muito ao produzir o workshop. Primeiro, assim como aconteceu há 20 anos, exatos 20 anos, surgiram os monitores VGA coloridos ( até então tudo era fósforo verde) e com eles uma indústria de aplicações em diversas áreas, entre elas a educação. Tudo volta a cena, de novo. A Apple lança seu tablet, cria um novo mercado para os desenvolvedores, aparecem muitos aplicativos "educacionais" entra em cena o Ibook Author ( o professor agora pode produzir seus próprios livros interativos,...) tudo nos remete a 92, quando surgiram softwares de autoria e a mesma esperança aparecia.O que mudou? Na utilização de informática nas escolas, muito pouco. Talvez o maior movimento, foi na direção de um trabalho mais centrado no apoio ao currículo do que no ensino de computação. Pouco movimento na direção da sala ( que me parece a grande oportunidade com o advento dos tablets, efetivamente tecnologia transparente, no espaço regular de trabalho). Muita ilusão de que o mundo dos aplicativos vai resolver a vida do professor. Não vai. Os aplicativos são restritos, a indústria não vai produzir aplicações educacionais para um mercado tambem restrito, mesmo o governo entrando no mercado o que ele exigirá das editoras não se traduzira em aplicativos extraordinários, por uma simples razão: produzir material de apoio de qualidade em escala não funciona. É artesania, feito por um otimo educador, um conteudista, um desenhista, um diagramdor, um programador e isto custa caro e necessita tempo.... Talvez a grande conquista deste movimento da Apple tenha sido convencer diretores e gestores de que é preciso encarar o desafio da tecnologia da informação de frente e isto, embora leve a movimentos precipitados ( adotar assim as cegas um equipamento por aluno pode ser um tiro no pé, pela falta de discussão, de experimentação), pelo menos coloca a questão no centro da discussão escolar e quando um gestor quer, fica muito mais fácil avançarmos. Mãos a obra, coordenadores de tecnologia e especialistas. Chegou a hora desta gente bronzeada mostrar seu valor....

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