quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Projeto Livro Digital - relato de um processo.

Hoje, 4a. feira, 2 dias após havermos terminado a semana digital. Fábio, professor de portugues retoma uma das atividades de pesquisa disparada semana passada, permitindo que os alunos tragam livremente seus portáteis e aproveitando da oferta casual ( alguns grupos tem um portátil, outros não), estimula a todos a escreverem do jeito que acharem melhor ( caderno, bloco de notas, word,...) e desafia novamente a diversidade. Isto é uma implicação natural da situação que iremos encontrar, mesclagem de meios.

2a. feira, dia seguinte ao experimento, vejam a agenda do CEI. Todas as salas tomadas pela 6a. série. Será consequencia de uma experiencia bem sucedida? Normalmente nossos melhores parceiros com tecnologia, já utilizam intensamente, mas parece coincidência quando, após uma semana de intensa atividade com computadores, não saciados, eles invadem o centro de informática.

Inúmeras situações foram flagradas durante a semana. Na foto, uma atividade conduzida pelo Rubem, de matemática, em que os alunos manipulavam ( literalmente manipulavam observem os dedos) álgebra através de um aplicativo espetacular chamado Algebra Touch, desenvolvido neste momento exclusivamente para Ipads e Iphones. Os meninos conseguem, por meio do aplicativo, construir e movimentar elementos de expressões algébricas e equações, reproduzindo as operações mentais ou os mecanismos de solução que são executados no papel (e na mente). quando se tenta arrastar um termo que está dentro de um parenteses para o outro lado da equação, não se conseguem, pois será preciso primeiro resolver o parenteses. Quando se consegue isolar termos comuns, se pode, como dedo, riscar por sobre eles e fazê-los desparecer simultaneamente, propiciando ricos insights . Colocamos o aplicativo, que custa U$ 3,00, somente nos Ipads do colégio. Surpresa nossa que os alunos que tinham seus ipads consigo, imediatamente baixavam com seus gift cards ou contas na Apple store o aplicativo e assim em minutos tinhamos mais aparelhos com o aplicativo do que havíamos imaginado.

Esta iniciativa derivada da cultura digital do aluno atravessou toda a semana. Com o Vicente, que optou por um trabalho num site chamado Isle of Tune, onde ao se construir uma cidade voce organiza uma coposição sinfonica elaborada, os alunos igualmente baixavam com suas contas o aplicativo para seus ipads, dando uma nova dinamica a aula, multiplicando as experiencias.
Os alunos trouxeram diversos tipos de computador portátil. E trouxeram tambem suas soluções particulares para os problemas de digitação, transferencia de arquivos, edição,... Muitos trouxeram teclados sem fio que comunicam-se com ipads para poder digitar confortavelmente. Outros traziam pequenos apoios que permitem ao Ipad ficar incliando facilitando a leitura. Outros tinham aplicativos que convertem arquivos do word, Excel ou Power point permitindo a edição de qualquer arquivo já iniciado. Outros ainda utilizavam-se de suas contas no Dropbox ou no Google docs para compartilhar suas produções quando estivessem fora da classe. Nós instituimos o Google docs, durante esta semana, como instrumento de compartilhamento e gestão de documentos. Criamos uma conta para cada aluno no Google, e pastas para cada disciplina. Qeum estava com note ou netbooks saiu-se melhor por que os tablets não se comunicam tão bem com a nuvem da google. Estamos estudando formas de gerenciar melhor arquivos nos tablets, sejam Apple ou Android. Na verdade este é um dos pontos em que os tablets ficaram para trás e correm sérios riscos de ainda não serem a solução ideal para a mobilidade do aluno.
os alunos nos ensinaram muitas coisas. Aprenderam (na verdade não precisaram aprender nada, pois já são assim) que compartilhar arquivos facilita a vida de todos (posso aprimorar o que o outro já fez sem precisar fazer de novo, pensem na eficácia deste pensamento simples). Empurraram o professor para tambem deixar compartilhados os arquivos que seriam utilizados na aula. Não que isto já seja habitual para os professores que utilizam o Moodle ( Portal do Professor), mas não é comum a todos os professores nem cotidianamente feito. Eles tambem pediam que o professor adiantasse para que pudessem prepara-se em casa, o assunto da proxima aula. Tambem não é nada tão novo, mas patiu do aluno .Veja este pequeno depoimento: "tambem seria possivel se preparar antes da aula por exemplo: o professor diz que vamos estudar a revolucao francesa, nos entramos na internet e pesquisamos sobre o assunto, para a aula nao ficar monotona e voce 'ja estar dentro" do assunto"....




Percebam como eles não se sentiram incomodados ou tentados pela presença ods computadores em suas mesas, a distrair-se navegando por águas diferentes. Prestavam atenção na aula, registravam quando necessário, anotavam no caderno, usavam fichas impressas, e suas telas  continuavam ali abertas, naturalmente. Faz parte das escrivaninhas deles há tempos, por que não nas carteiras tambem.
Em alguns momentos eles pediam uma certa privacidade. Eu estava sentado ao fundo da sala ajudando alguns alunos e alguns outros viravam suas telas para o lado de modo a "esconder" algo. Tambem natural será encontrarmos isto no dia-a-dia da sala de aula conectada. Haverão transgressões de conduta, assim como novas obssessões que havaremos de compreender e negociar limites e auto-controle. Achamos que efetivamente os alunos na 6a. série estão no ponto ideal para estas negociações e a prática desta educação digital.

Houveram momentos de intensa concentração, como na foto abaixo, em que mesmo as turmas mais inquietas mantinham-se trabalhando muito bem, sempre que a proposta estivesse bem formulada e disponível. eles respondem muito bem quando lhes é dada mais autonomia.



Apesar do planejamento antecipado das atividades que seriam desenvolvidas na semana utilizando-se da tecnologia ( o CEI encarou este planejamento com o mesmo cuidado que tem com o professor quando este vem utilizar-se de algum laboratório e construímos junto as estratégias e as executamos em parceria), esta autonomia que o professor tem de lançar mão do recuros do aluno sem interferência nossa acabou gerando surpresas. A Silvia Mora tirou da cartola uam atividade rica, em que ela estimulava-os a levantar questões para o debate sobre a formação dos reinos europeus a partir da pesquisa nos fontes selecionadas. Ela chegou, propos a atividade a eles e trabalhou sem que houvessemos percebido que a sala dela estava operando, enquanto cuidavamos das demais que estavam agendadas. Isto nos permite perceber o quanto esta autonomia do professor será benéfica e os novos desafios ao papel do CEI.

Nenhum comentário: