Li a dissertação de mestrado do prof. Ricardo Mesquita, diretor do curso fundamental 2, nestes dias de férias. Inspiradora, reveladora de seu pensamento, de sua convicções, de sua prática e especialmente de sua coerência como educador. Recomendo e está a disposição de todos na biblioteca do colégio. Retiro dela um trecho especial, em que o professor discute o conceito de Experiência Formativa, central na sua tese. Este trecho, por sua vez tambem foi retirado de outra obra, do espanhol da Universidade de Barcelona, Jorge Larrosa Bondía, sobre o saber de experiência.
Reflitam.
"...A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar, parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultiver a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço...." - pg24 do artigo publicado na Revista Brasileira de Educação, no. 19, 2002.
Na busca incessante da informação e da opinião, estes 2 educadores estão nos alertando para os limites desta produtividade em nome da tal Sociedade do Conhecimento, nos convidando a uma reflexão sobre o tempo que é necessário para a experiência, base da aprendizagem efetiva.
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