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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
lousas digitais - vamos pular esta etapa?
Desde 2005 tenho lidado com as tais lousas digitais. Impressionantes possibilidades de criação, apresentação, visualização, efeitos especiais, convergência, puxa, tentaram encapsular tudo o que o professor faz numa lousa convencional. Há um grande compasso, cronometro,....., milhões de imagens prontas, .... Há uma grande indústria operando por detrás destes quadros mágicos, puxadas por uma decisão do governo da Inglaterra que colocou lousas digitais em todas as escolas públicas inglesas em 2006. Já experimentamos aqui no colégio todos os tipos. Das que são uma grande superfície sensível e uma caneta simples, as que funcionam como um tablet gigante, usando a tecnologia touch. Poucos adeptos consegui nestes anos. Os colegas me dizem que onde houve sucesso houve uma decisão de se abandonar de vez as lousas convencionais, de modo que o professor se via obrigado a virtualizar sua produção em sala. E me dizem que muitos dos professores que foram subjugados por esta tecnologia, hoje atuam de forma brilhante, trazem suas aulas prontas, feitas na tranquilidade de seus lares, dão show e compartilham suas aulas logo em seguida com seus alunos, bastando um clique ao final da aula.Semana passada recebi um fornecedor de lousas digitais, uma empresa brasileira, muito respeito pela nossa indústria que se esforça em chegar bem. Estamos negociando com dezenas de prefeituras, .... sabe qual o grande ganho delas: o tempo. Você pode economizar muito tempo ao trazer uma aula semi-pronta e buscar recursos rapidamente, com um clique do dedo e ainda pode deixar tudo ao alcance do aluno imediatamente. Parei para refletir, reflexão que está cada vez mais escassa no tecido escolar. Está errado. Estamos potencializando uma sala de aula centralizada, onde o show acontece lá na frente e me entrega tudo mastigadamente pronto, assisto e quando saio tenho tudo disponível para rever e divertir-me novamente. Não preciso fazer mais nada. Se queremos um trabalho mais descentralizado, uma mediação entre educador, educando, conhecimento, não estamos no rumo certo ao jogar mais luz e eficiencia no tablado. É tempo de buscarmos mais autonomia com nossos jovens, e para isto seria melhor desconstruirmos juntos mitos e conceitos, reorganizando-os, resignificando-os. O digital deve servir para distribuir e não para concentrar.
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