quinta-feira, 24 de maio de 2012

saídas para a educação pública...

Hoje visitei uma amiga que trabalha há muito com educação e tecnologias no Instituto Ayrton Senna. Confesso que sai algo deprimido pelo impacto e qualidade do trabalho que ela desenvolve. Escutei-a falando que moveu seus esforços do professor para o aluno, buscando seu protagonismo. Prepara gestores públicos para compreender que a questão do conteúdo há muito deixou de ser crítica na escola. Desenvolve com as prefeituras parceiras metodologias que, por exemplo, retiram de toda 6a feira ,as aulas curriculares do calendário, abrindo este tempo para projetos de trabalho propostos pelos alunos. Reensinando-os a serem curiosos e a questionarem, transforma estas boas perguntas em projetos e reordena o trabalho dos professores no subsídio a solução destes problemas. Retira gestores e professores a beira de crises (pela falta de chão que tais mudanças certamente provocam) com a constante lembrança do pacto estabelecido de buscar significado no trabalho pedagógico e vai produzindo uma mudança de cultura que sobrevive, pasmem, as mudanças de governo, pois v'ão sendo instaladas no fazer mais profundo destes agentes pedagógicos. Engraçado que pouco falamos de tecnologia. Ela entra naturalmente, quando se coloca o aluno na frente de um processo que lhe é familiar, pois ele sim está habituado a compartilhar, a trabalhar coletivamente, a se comunicar, a se publicar, ... Minha amiga está convicta de que é possível disseminar isto em maior escala e que estamos diante, no advento dos tablets como instrumento de trabalho de cada aluno brasileiro, da maior oportunidade de inovação e salto pedagógico que jamais tivemos na educação brasileira. Explico minha depressão: embora feliz por cada passo que obtenho trabalhando aqui no colégio, vejo quão pequeno é o impacto do meu trabalho, que exige vigilância constante para não perdermos as pequenas conquistas e como é possível plantar-se mais e melhor em terrenos muito mais áridos. Com uma equipe enxuta, muita precisáo no fazer e a cabeça no futuro, o IAS vai longe! Alento para a educação brasileira.

Posted via email from Professor Conectado

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