4a. feira, 18 horas, Escola da Vila, palestra do Cesar Coll. As TICs e a educação escolar diante da nova ecologia da aprendizagem. 5a. feira, 17 horas, visita aqui no colégio de um consultor que vem pesquisando o impacto das tecnologias na educação privada visando compreender o espaço que existe para um grupo investir capital numa solução completa para escolas. Hoje, 6a. feira, 9 da manhã, avaliando o portal educacional, que novamente investe numa reformulação buscando atrair os grandes colégios para sua internet dirigida. Junto estes 3 eventos pois eles se relacionam nas impressões e reflexões que despertam. Coll, magistralmente, elenca os impactos diretos e indiretos das TICs na educação formal, indicando que a saída para as escolas é aprender a articular as diferentes redes de aprendizagem a que estamos ligadas, especialmente as externas ao espaço escolar. O consultor me pergunta, num certo momento da entrevista, quantos anos acredito que a escola resiste a eficiência das soluções tecnológicas para a transmissão do conhecimento. Me lembra que desde 1985 os amercinaos já utilizavam-se de transmissão ao vivo de aulas presenciais como forma de maximizar o alcance de um bom professor. E a Positivo, com sua solução extensa de internet escolar, apresenta-se como este ambiente articulado, capaz de abarcar conteúdo, metodologia, ferramentas, socialização,.... Coll, que não cehga a preconizar o fim da escola, aponta para o crescimento exponencial do home-schooling em todo o mundo e não há como pensar insso: enquanto assistia a palestra dele, apertado entre os cerca de 100 profissionais ali no anfiteatro da Vila, imaginava que se estivesse no meu escritório, sentado confortavelmente, conectado a outros ambientes, talvez aproveitasse ainda melhor o que via, e talvez pudesse rever varias vezes, assimilando mais e melhor o que densamente ali se transmitia. Por que sai do Santa Cruz, as 5 da tarde em meio ao caos paulistano e fui até a Vila Sonia assisti-lo? Ganhei, certamente, no encontrar alguns profissionais amigos e fazer alguma troca, ainda que rápida. Ganhei por que poderia ter conversado com ele, embora não o tenha feito. Mas, concordam, que se eu pudesse rever a fala dele e mesmo assiti-lo a distancia, não haveria perda alguma? Ele defende ( e eu defendo tambem), o valor de um currículo escolar revisto, dinamicamente, que corresponda as expectativas de uma sociedade contemporânea em termos de uma cidadania ativa, uma profissionalização adequada, uma alfabetização geral que produza equilíbrio, mas alerta para o peso da visão economica sobre todas as demais, uma busca da eficiência acima de tudo. Volto ao consultor que me traz este questionamento. Como pode a infra-estrutura escolar atual dar conta de manter ativos processos de manutenção, capacitação, desenvolvimento, inovação, pesquisa necessários a dinâmica social contemporânea? É verdade, a estrutura operacional de um colégio se vê, frequentemente presa a um dia-a-dia tão voraz que certamente falta tempo para preocupar-se como inovação, por exemplo, não acham? Será preciso de fato tercerizarmos para podermos garantir isto? Seráque esta eficiência buscada nas empresas, mediada pela onda tecnológica, vai invadir nossao processo de ensino de forma irremediável? A Positivo, quando coloca seus sistemas integrados de ensino num colégio ou numa rede pública, vende esta tranquilidade corporativa, da eficiência, para os gestores de uma colégio. Vejamos quanto a inovação, por exemplo, permanente de materiais de apoio e metodologia. Será que isto pode produzir educação de qualidade? Será que é possível que incorporando conjuntos inteiros de bons materiais, contendo orientações, dicas, palestras, vídeo-conferências, assistência, ... alcança-se esta sinergia mágica que é a orquestra de educadores produzindo consciência e conhecimento? Coll fala de um currículo inchado, onde tudo deve ser aprendido na escola hoje, algo impraticável, claro e que provavelmente nos leva a este raciocínio de tentarmos buscar um sistema que traduz o todo e o mantem integrado e disponível aos professores para podermos talvez funcionar neste regime. Eu acredito que o tempo, será a redenção da nossa pedagogia mais legítima. Uma revisão de currículos e procedimentos que privilegie um trabalho mais lento, mais focado no ser e no pensar, do que no ter e conhecer, uma avaliação que privilegie a construção, a experimentação, a ousadia. Um conjunto de educadores que esteja a serviço de um projeto de esocla, integralmente dedicado a ele. O consultor me pergunta quantos anos acho que a escola vai resistir a esta "eficiencia" trazida pela tecnologia. Profundamente inquietado pla pergunta e pela convicção com que foi feita, recolho-me e procuro forças para repensar melhor o que estamos buscando nesta pós-modernidade. Sinto medo.
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