Sempre que estou com amigos e a discussão entra pelo terreno da educação, fico tentando resumir o que se deveria obter hoje de uma boa escola. Qual é a fórmula de formação de jovens neste momento da história da humanidade? Uma pedagogia baseada em projetos, que leve os alunos a desenvolverem autonomia para resolverem problemas e procurem a informação somente quando necessária para a solução das questões colocadas? Um programa curricular que concilie uma formação crítica e uma base de conhecimentos que permita o acesso as boas universidades? Uma preparação para uma vida que hoje nos obrigará a estudar continuamente, permitindo, portanto, um programa suave e gradual, classes pequenas, professores-mestres,...? Uma escola que privilegie a autonomia do aluno, nos moldes do bom trabalho academico, em que os alunos conhecem o que vai ser tratado, chegam a aula preparados e o professor consegue ir direto para o debate de ideias? O que vale mais hoje: a formação de valores, atitudes, ou a construção do conhecimento? Como conciliar o melhor de cada caminho possível e manter-se dinâmicamente atualizada? Dificil responder, não acham? Ontem, testemunhei aqui no colégio uma iniciativa que reúne várias das qualidades que imagino fundamentais num colégio. Homenageamos nosso amigo Jair num dos pátios. Reunimos talvez 400, 500 pessoas, entre seus ex-alunos, colegas, familiares e a direção do colégio. Num evento onde o protagonismo foi mais dos alunos ( que falaram, cantaram, prepararam um mural,...) do que dos adultos, passamos 40 minutos lembrando das atitudes, frases e conduta de um dos mais exemplares professores que já passou pelo colégio. Um professor de história do curso fundamental que falava de amor, de ética, de compromisso cívico ao mesmo tempo que tecia as relações entre fatos e suas raízes históricas. Ao homenageá-lo com palavras ( a palavra era o instrumento mais importante do Jair), música e um profundo compartilhar de sentimento produzimos mais efeito pedagógico em todos do que dezenas de boas aulas dadas. Por estas e por outras que me orgulho de pertencer e trabalhar nesta comunidade. É só a partir desta base, humana, de respeito, humildade, ética e cidadania que se poderá construir, a partir dos modelos acima descritos, possíveis ou utópicos, uma escola possível e necessária. Parabens Santa Cruz!
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