segunda-feira, 2 de maio de 2011

Modernidade Líquida - resgatando a palestra do Bucci

Lembram-se de que falamos de que tudo que é sólido desmancha-se no ar.... logo no início das aulas, naquela palestra sobre redes sociais..... bom, lendo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, no Estadão de ontem. me atrevo a repetir aqui um trecho de sua entrevista ao caderno sabático.

Quando o senhor expôs o conceito de modernidade líquida, anos atrás, pairou a impressão de pessimismo. Impressão que hoje parece ceder a uma percepção mais otimista da realidade: apesar das incertezas do nosso tempo, podemos construir uma sociedade que responda a tudo isso. Afinal, não terá sido sempre assim? Construir e reconstruir estruturas seria o nosso destino?

Nossa sina, eu diria... Nós nos encontramos num momento de "interregno": velhas maneiras de fazer as coisas não funcionam mais, modos de vida aprendidos e herdados já não são adequados à conditio humana do presente, mas também novas maneiras de lidar com os desafios da contemporaneidade ainda não foram inventados, tampouco adotados. Não sabemos quais formas e configurações existentes precisariam ser "liquefeitas" e substituídas. Diferentemente de nossos ancestrais, não temos uma noção clara de "destinação", nem do que seria, de fato, um modelo de sociedade global, economia global, política global, jurisdição global... Estamos reagindo ao último problema que se apresenta. E tateamos no escuro. Queremos diminuir a poluição por dióxido de carbono desmantelando as termelétricas para substituí-las por usinas atômicas, em que pese o espectro de Chernobyl ou Fukushima pairando sobre nós. Admitamos: hoje mais sentimos do que sabemos. E temos dificuldade em admitir que o poder, isto é, a capacidade de fazer coisas, foi cruelmente separado da política, isto é, a capacidade de decidir quais coisas precisam ser feitas e priorizadas.
(leiam a entrevista completa em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110430/not_imp712848,0.php)

É imperativo aprendermos a conviver com tal instabilidade, a de estar reagindo ao último problema que aparece. Vamos ao facebook na escola, pois ele aparece como uma ameaça ou como uma oportunidade, sem sabermos direito do que se trata, como ele aparece e, principalmente, como ele se transformará. Estudamos a adoção de leitores digitais em sala sem termos plena consciência da sua aplicabilidade e efeitos. Vagamos no éter.....

Leiam tambem O Risco da Ignorância, artigo do professor de filosofia da Universidade Municipal de Nova York, em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110501/not_imp713164,0.php e deliberem sobre nosso papel aqui na escola......

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