quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lousas digitais - novo balanço

Lousas digitais – evolução, resultados e problemas

Começamos a utilizar lousas digitais em 2006. São, portanto, 4 anos de trabalho. A primeira aquisição foi uma Promethean, inglesa, distribuída no Brasil pela Divertire, naquele então. Robusta, usa uma caneta resistente e exige a fixação do anteparo na parede. O software é versátil, é atualizado constantemente e tem uma comunidade prática interessante ( www.prometheanplanet.com ). Durou os 4 anos. Seus principais defeitos são a calibragem que necessita ser refeita constantemente e a necessidade do anteparo fixo.
Em seguida 1 ano depois, descobrimos a e-beam, comercializada pela Educare, braço tecnológico do colégio bandeirantes. Sua virtude é ser portátil e independer de anteparo ( trabalhamos por vezes projetando na própria parede e uma palheta de ferramentas simples, versátil e poderosa). Seu defeito é a calibragem, novamente, o artefato ( similar a um bumerangue) com sensores apresenta invariavelmente problemas de sensibilidade que exigem calibragem constante. A caneta também consome bateria e as pontas plásticas sofrem com o atrito nas superfícies foscas.
O 3o. modelo, adotado em 2009 foi a Hetchtech. Inspirada na Smart Board, que utiliza o dedo ou qualquer artefato para sua operação, ela exige anteparo fixo instalado na parede, possui software interessante e abrangente, e é deliciosa de operar (o dedo revela-se melhor que o mouse para a maioria das operações - e não poderia ser diferente). Seus defeitos são novamente calibragem e a exigência de superfície fixa instalada. Ideal para a educação infantil. Montamos uma sala especial para ela e instalamos ela na altura das crianças que interajem frequentemente com os jogos e conteúdos que os professores ali publicam.
Em 2010, adquirimos o 4º. Tipo de lousa, a da Epson, que trabalha integrada com o projetor de curto alcance que já traz os sensores embutidos nele. Isto facilita sobremaneira, pois pode operar sobre qualquer superfície e pela proximidade projeta bem e recebe super bem o sinal, evitando qualquer recalibragem. Parece que chegamos ao modelo mais adequado. O software é simples e funcional (pode melhorar um pouco) e não traz para si funções de edição que outras ferramentas podem muito facilmente oferecer.
Por que não fomos com as lousas digitais para todas as 60 salas de aula, como alguns outros colégios fizeram?
Alem das características técnicas e físicas das lousas digitais, outros aspectos devem ser levados em conta para avaliar-se a aprovação e plena utilização deste recurso. Estamos avaliando continuamente a qualidade do que é utilizado pelos professores no apoio a sua aula expositiva, as características dos arquivos em PowerPoint utilizados, as reações do aluno as diferentes situações,... A quantidade de material pronto para exposição na lousa também faz bastante diferença. Por exemplo, as professoras de inglês utilizam diariamente por força de material didático já disponível em versão para lousa digital, facilitando sobremaneira seu trabalho.
Achamos também que é fundamental discutir-se intensamente com os professores esta adoção, o que ainda acontece de forma esporádica e esparsa. Em seguida, a experiência revelava que inserir computador e projeção somente em cada sala, já provocaria suficiente movimentação no cenário da formação dos docentes para uso intensivo de tecnologia. E isto se evidenciou correto. Os professores tinham aparentemente uma demanda reprimida que foi liberada e com o conforto do computador já existente na classe agora projetando funcionou rapidamente. Em 3 semanas passamos a ter 20% das salas projetando diariamente e em 1 ano, 50 a 60%. Uma tela retrátil garante a facilidade e invisibilidade necessária. Um computador comum, facilmente acessível, idem. Um projetor forte, que não necessite desligarmos a luz completa a cena (optamos por modelos da Sanyo com 4000/4500 lumens). Enfim, isto levou nossos professores a um novo estágio como usuários. Isto era fundamental para a reflexão e possível introdução das lousas digitais no cenário cotidiano da sala de aula.
Seguindo a experiência, notamos que quando diante de uma lousa digital e podendo recorrer a caneta pilot e o mouse convencional, ele sempre o fazia, como se houvesse algo entre ele e o aparato que impedia um uso confortável e rabiscar por sobre a imagem projetada ou preencher lacunas sobre um texto projetado era uma experiência suficiente significativa. Não havia necessidade da lousa, da caneta digital, nada além do projetor e de uma superfície rígida para escrever sobre.
Fizemos então um novo investimento, neste projetor de curto alcance, que vem acoplado da lousa digital ( embutida nele) e para hospedá-lo, desenvolvemos um projeto de lousa hibrida, tendo ao fundo 6 metros de lousa verde, que está se revelando versátil e muito adequada ao trabalho dos professores. Eles podem optar por trabalhar só com o giz ( recolhendo as superfícies de fórmica) trabalhar com caneta especial sobre a fórmica, em 2 laminas, escrever sobre a projeção, projeção e giz, enfim, todas as possibilidades estão ali cobertas o que garante o conforto que ele espera e a partir do qual opera com facilidade, dando amplo retorno ao investimento.
Cenário futuro:
Estamos construindo um novo prédio para hospedar o ensino fundamental I e suas salas provavelmente terão esta lousa hibrida e um projetor de curto alcance com lousa integrada. Nas futuras reformas dos outros 2 prédios ( fundamental II e médio) temos como variáveis adicionais a possibilidade da adoção de lousa branca integral, também no sistema de laminas correndo sobre trilhos, mas é possível a permanência da lousa verde. Outro desafio fundamental é a pesquisa permanente de objetos de aprendizagem significativos para apoio ao professor e a montagem de um bureau interno de desenvolvimento de aplicações sob medida para os momentos críticos de aprendizagem. Isto dará o alimento natural para fortalecer permanentemente o processo pedagógico.

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